junho 01, 2006

Beja?!... Mais valia mandarem-me para Cabul!

Um dos problemas que tolhe a economia portuguesas é a falta de mobilidade. Em média, um cidadão norte-americano viverá, ao longo da vida, em quatro cidades diferentes. Nascerá em Jefferson, obterá o primeiro emprego em Boston, arranjará outro emprego em Nova Iorque, será promovido para Los Angeles e reformar-se-á em Miami. E os europeus cada vez mais os imitam, aproveitando o espaço Schengen. Os portugueses, pelo contrário, parecem hamsters. Em 2005, os Centros de Emprego receberam 4000 inscrições na área dos serviços e apresentaram 4000 oportunidades de emprego na mesma área, nenhuma das quais foi aceite, porque ninguém quer abandonar a santa terrinha. Tendo de viajar para uma maternidade distante e portanto habituados logo à nascença ao estilo de vida on the road, talvez os portugueses passem a ser mais Bruce Chatwin e menos Stephan Hawkings.
A Democracia Representativa no seu melhor

O nosso Presidente da República tem toda a razão. Os autarcas são o sangue da democracia. Isto porque, digo eu, a maior parte das autarquias portugueses está à beira do colapso financeiro, depois de décadas a contrair empréstimos bancários. Se dúvidas ainda houvesse sobre o triunfo do poder local, uma das conquistas de Abril, ficaram definitivamente dissipadas. Quando se fala do afastamento entre os eleitores e aqueles que os representam o poder local vem dar um exemplo de esperança. Ao contrário do que se passa com os membros do Governo, os deputados da Nação ou o Presidente da República, o presidente da Câmara não é olhado com desconfiança pelo povo. As Câmaras Municipais são o que nos resta da antiga Polis, onde o cidadão discutia cara a cara com o governante. O presidente da câmara - misto de Huey Long e Tom Joad – é olhado como um semelhante, pois é ignorante, boçal e mal-educado. E, como o povo, o Presidente da Câmara, enuanto tal, está endividado até à raiz dos cabelos. A diferença é que o cidadão comum pediu dinheiro para comprar um Audi, enquantpo o Presidente da Câmara pediu dinheiro para comprar uma frota de Audis. Não admira que o cidadão conheça o rosto daquele que elegeu. Afinal de contas, encontram-se todas as semanas no fila do banco.

Só não sabem fazer Carne de Porco à Alentejana


Segundo o Bloco de Esquerda, como o Irão é um Estado soberano pode criar o arsenal militar que lhe der na gana, seja com fisgas ou com armas nucleares. Se Israel pode, porque não o Irão? , diz o Fernando Rosas, invariavelmente questionando o direito de Israel a ter armas nucleares. Acontece que, se há dois povos que têm direito histórico à sua bombita nuclear, são a Alemanha e Israel. O primeiro porque criou a investigação nuclear, com Werner Karl Heisenberg, Otto Hahn, Lise Meitner e Fritz Strassman. O segundo porque, desde Einstein – que primeiro teorizou da possibilidade de se criar, de uma pequena quantidade de massa, uma enorme quantidade de energia – até Julius Robert Oppenheimer, o “pai da bomba atómica”, passando por Léo Szilárd, Edward Teller – o “pai da bomba de hidrogénio” – até Eugene Wigner, sem esquecer a própria Lise Meitner, quase todos os cientistas que estudaram a energia nuclear e/ou a sua aplicação militar eram judeus. Ou seja, nenhum país tem tanta propriedade moral sobre a energia nuclear como Israel. É que, por muito que o Rosas quisesse, a Teoria da Relatividade não foi inventada pelo Al-Bert bin Einstein.