janeiro 07, 2007

MOSTRÁ-LO EM CUECAS É "EUROPEU", MAS ENFORCÁ-LO?! MON DIEU, ISSO É BÁRBARO!
Definitivamente, não entendo os comentadores nacionais. Semana sim, semana não, lemos as mesmas pias palavras, segundo as quais não compete ao “prepotente” e “autista” Ocidente ditar as suas leis e a sua maneira de viver a outros povos, nomeadamente africanos e árabes. Para esses comentadores, a tentativa neo-conservadora de aplicar o “método dominó” (que acabou por fazer desaparecer a Cortina de Ferro) no Médio Oriente era um estúpido erro, que apenas poderia ter saído da cabeça de um fascista como George W. Bush. Para mim, a Democracia de facto não é aplicável ao Médio Oriente (ou aos países africanos), porque, por razões diferentes, nada na História destes povos a favorece. Tal como nada na História da Europa a favorecia, até 1950, altura em que a Europa decidiu, de uma vez por todas, livrar-se de regimes autoritários, após séculos de reis, imperadores e ditadores todo-poderosos. Porém, o que não de admite é que esses comentadores multiculturalistas que tanto bradam contra a Coca Cola em Riad e os filmes de Hollywood em Mogadíscio venham agora condenar o enforcamento do Saddam Hussein. Estamos a falar dos mesmos comentadores que defendem o direito das muçulmanos que vivem na Europa a usarem burqa, certo? Porque usar burqa faz parte dos usos e costumes dos países muçulmanos e da sharia. Tudo muito bem. Mas a lapidação de condenados à morte e a amputação de membros de pequenos criminosos também faz parte da sharia e dos usos e costumes dos países muçulmanos. E, claro, os enforcamentos como forma de pena de morte, como durante tantos anos se viu no Afeganistão taliban. Nesse caso, que direito tem o “prepotente” e “autista” Ocidente a censurar o enforcamento do Saddam Hussein e a exportar a noção europeia de Direitos Humanos ao Iraque? Porventura não fará parte dos usos e costumes islâmicos enforcar condenados à morte? Faz. Tanto – ou mais – que usar burqas. Clamam os multiculturalistas que a morte de Saddam Hussein, mais do que uma sentença, foi uma vingança xiita. Mas quem foi a luminbária que disse aos multiculturalistas que a sharia é uma forma de Justiça, comparável ao Direito Romano? Decepar a mão que o ladrão usou para roubar não é Justiça, é vingança. É olho por olho, dente por dente, mão por carteira. Esses são os usos e costumes dos países islâmicos, algo que aparentemente apenas agora chegou ao entendimento dos multiculturalistas. O espantoso não é que Saddam Hussein tenha sido enforcado. O espantoso é que não tenha sido linchado no campo de futebol de Bagdad. Mais espantoso ainda é que uma uma Europa que viu Benito Mussolini ser atado pelos pés numa praça, para ser esquartejado pela multidão ávida de sangue e que assistiu ao fuzilamento de Nicolae Ceausescu nas traseiras de um celeiro, após um julgamento no qual o próprio “advogado” de defesa pediu a pena de morte para o seu “cliente”, venha agora dar lições de moral aos EUA. Mas o que é que se espera de uma Europa que baseia a sua superioridade moral na Revolução Francesa, uma das maiores barbaridades cometidas na História e, sobre qualquer aspecto que se olhe para ela, um genocídio, com todas as letras?