Absalon, Absalon!...
Muito se tem falado por essa blogosfera nacional, nos últimos dias, de Israel e da Palestina, por razões óbvias. Não me vou alongar na discussão, porque o nível a que ela rasteja neste País, sinceramente, enoja-me. Basta dizer que uma leitura rápida por meia-dúzia de blogues do burgo levaria qualquer pessoa minimamente inteligente a pensar que são escritos pelo Himmler. E não estou apenas a falar das caixas de comentários, antes dos próprios prosadores. Como se sabe, os extremos atraem-se e é interessante constatar mais uma vez como o ódio que a Esquerda portuguesa dedica aos EUA a faz aproximar-se dos argumentos anti-semitas dos nazis. Israel não confia nos palestinianos. Isso é certo. E há duas maneiras de ver a situação. A maioria dos blogues nacionais coloca-se ao lado da “causa palestiniana” e olha para Israel como um país agressor que conduz uma “política de extermínio” na Faixa de Gaza. Os palestinianos, para estes prosadores, incluindo Daniel Oliveira & Cª, são homens e mulheres que lutam pelo direito a ocupar uma terra que legitimamente lhes pertence, como se estivessem a falar dos movimentos independentistas africanos dos anos 60. Não estão. O que está em causa no Médio Oriente não é uma questão de movimentos de libertação nacional. É uma questão religiosa, algo que é eternamente negado pelos nossos prosadores que, como marxistas que são, não concebem a religião como factor decisivo na actuação dos povos. Os palestinianos, seja isso o que for, não querem um país. Pelo menos como nós o entendemos, uma nação onde diversas comunidades compartem o mesmo espaço. Os palestinianos não querem conviver com judeus, ponto final, razão pela qual recusaram, desde 1947, qualquer plano de partilha de território. O Hamas, convém também lembrar, recusa-se terminantemente a aceitar o direito de Israel à existência. Quando falamos dos líderes do Hamas não estamos a falar, portanto, de Amílcar Cabral ou Samora Machel. Estamos a falar de fundamentalistas muçulmanos. Que isto seja tão difícil de entender pela Esquerda portuguesa diz muito do que ela é. Israel tem cometido muitos erros nos últimos anos? Sim. Mas não é fácil pensar de cabeça fria quando os habitantes de um território que não chega a ¼ de Portugal estão rodeado de dezenas de nações que abertamente lhes negam o direito à existência. Onde é que tudo isto começou, para os nossos doutos bloguistas, é uma questão semelhante à do ovo e da galinha. Não é. A desconfiança dos israelitas em relação aos palestinianos é capaz de ter começado quando os palestinianos se recusaram a aceitar a partilha de um metro de terra que fosse com os judeus expulsos da Europa. O líder da “causa palestiniana”, sempre tido como um exemplo para a Fatah e o Hamas, era o Grande Mufti de Jerusalém, Mohammad Amin al-Husayni, que aqui mostro em 1941 numa reunião destinada a resolver o “problema judeu” nos países árabes. Mohammad Amin al-Husayni é o senhor da esquerda. Quanto ao outro, dou uma pista: não é o Nelson Mandela.
janeiro 03, 2009
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1 comentário:
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