LONG LIVE THE DUKE
Só para lembrar que cada país tem os ícones que merece. Os EUA sentem-se representados pelo imortal John Wayne, Portugal gosta de se ver representado pelas Maria João Pires desta vida. Para lá do exemplo de caracter íntegro e ascetismo heróico que John Wayne deixou, fossem estas qualidade verdadeiras ou não, recordo a famosa conferência em que centenas de alunos mal-cheirosos da Universidade de Berkeley (onde mais?) tentaram arrasar e ridicularizar um John Wayne já debilitado (o que faz lembrar a "entrevista", anos depois, do insuportável Michael Moore ao Charlton Heston). No meio da entrevista, um Daniel Cohn-Bendit de pacotilha pergunta ao John Wayne se o cabelo que tem na cabeça é verdadeiro, quando toda a gente estava careca de saber (perdoem a ironia) de que o actor era calvo. John Wayne, imperturbável, respondeu "sim, é verdadeiro; não é meu, mas é verdadeiro". Nessa altura, não foi o Marion Robert Morrisson (o seu verdadeiro nome) que respondeu ao aluno espertalhão. Foi o John Wayne. O mesmo John Wayne do heróico Stagecouch, do irónico Rio Bravo, ou do outonal The Shootist. John Wayne, o mito. Nunca Marion Robert Morrisson, o homem. Curiosa ironia esta, que o actor que tenha sido acusado de nunca despir a própria pele nos filmes, na realidade nunca conseguiu despir a pele do mito na vida real. Mas entre atravessar a vida sendo uma figura icónica ou sendo mais um homem, igual a todos os outros, Marion Robert Morrisson escolheu bem. Para pessoas vulgares, já sobram todos aqueles que sempre o criticaram.
agosto 16, 2006
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4 comentários:
Eles que vao confessar os pecados
O peso dos pecados de B.
Ao padre Borga, de preferência.
Green Berets
E também "The Shootist", "El Dorado", "The Man Who Shot Liberty Valance", "Rio Bravo", "The Searchers", "The Quiet Man", "Rio Grande", "Stagecoach", yeba, yeba, yeba.
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