junho 11, 2008

Quem ri por último, ri melhor
























Infelizmente, tenho de falar de Michel Platini, presidente da UEFA. Quando era criança, Platini era um ídolo internacional. Nunca foi jogador da minha preferência, porque sendo eu adepto fervente do Real Madrid preferia o Martín Vázquez. Mas reconheço que Michel Platini foi um grande jogador, justamente deixado, hoje em dia, na sombra pelo melhor jogador desde o mestre Dí Stefano: Zinedine Zidane (algo que manifestamente Platini nunca engoliu). E agora Platini provou que é a pessoa ideal para liderar a UEFA, essa instituição fechada, medieval e prepotente. Ninguém melhor para a dirigir, portanto, que um francês com o ego inflacionado e magoado. Platini, falando a despropósito sobre o FC Porto, diz que não será tolerante para “batoteiros”. E é engraçado e revelador que um jogador que fez a sua carreira no reconhecidamente mais batoteiro clube da Europa, a Juventus, implicada desde os anos 80 (pelo menos) em tudo o que é escândalo no futebol italiano, venha falar de batota e batoteiros. Poder-se-ia dizer que Platini já se esqueceu de como ganhou a Taça dos Clubes Campeões Europeus, frente ao muito superior Liverpool. Para os menos atentos ao futebol, recordo. A Juventus estava a levar um banho de bola do Liverpool, mas os hoolingans do Liverpool, antes do intervalo, decidiram fazer o que melhor sabem, causar distúrbios. Naquela tarde, no Heysel Stadium, os distúrbios acabaram em mortes, muitas. A UEFA podia ter cancelado o jogo, mas numa decisão que fez lembrar a maneira como a Cosa Nostra actua, decidiu que o jogo continuaria, mas que a Juventus ganharia a Taça dos Clubes Campeões Europeus. A história, apesar de nunca ter sido confirmada, é conhecida: o presidente da UEFA reuniu-se ao intervalo com os jogadores de ambas as equipas e com a equipa de arbitragem e ficou ali deliberado que o Liverpool devia pagar em campo pela atitude dos seus adeptos fora dele. Após o intervalo, uma falta sobre o Boniek muito antes da grande área foi assinalada como grande penalidade, os jogadores do Liverpool nem sequer contestaram a decisão, o senhor Platini marcou o golo, como estava escrito no guião, e a Juventus sagrou-se campeã europeia pela primeira vez, sem nada ter feito para o merecer. Platini, obviamente, nunca esqueceu esta forma justicialista e prepotente da UEFA actuar, como se vê. E tendenciosa. Diz Platini que a UEFA vai castigar todos os batoteiros, quer sejam ricos ou pobres (ah, a utopia, o Maio de 68 no futebol....). acontece que factos provados de corrupção por parte do AC Milan e (claro está) da Juventus, ocorridos em 2006, não são, para a UEFA, impeditivos de que ambas as equipas participem na Champions League, ao contrário do que se passa com os mesmos alegados factos, não provados por ninguém a não ser por uma ex-alternadeira, que servem para afastar o FC Porto da competição. Estranho? Não. Esta não é a primeira vez que a UEFA afasta o FC Porto da Champions League. Já antes o havia feito, nomeadamente da final da competição. Lembro a sórdida história. Em 1994 existiam duas equipas que preenchiam o imaginário popular e os bolsos da UEFA em direitos de transmissões televisivas, o AC Milan de Desailly, Savicevic (um dos meus jogadores preferidos de todos os tempos, confesso) e Boban e o suposto “dream team” do Barcelona, composto por jogadores como o Romário, o Koeman ou o Stoichkov. Todas as pessoas queriam a “final de sonho” entre as duas equipas. Ambas as equipas seguiram (mais uma vez) o guião da UEFA e classificaram-se, com mais ou menos dificuldades, para as meias-finais da Champions League. Acontece que, nas meias-finais, teriam de defrontar duas equipas que estavam a praticar um futebol tão como quanto o delas: o Mónaco e o FC Porto. O FC Porto de António Oliveira tinha uma grande equipa, um bloco que apenas sabia, e bem, jogar ao ataque. Lembro-me dos jogos dessa altura, em que o FC Porto começava a perder e eu dizia ao meu irmão, adepto do Benfica, “não há problema, vai acabar em goleada”. E acabava. Uma equipa assim, juntamente com um excelente Mónaco, colocam em risco a “final de sonho” da UEFA e das televisões. Decisão da UEFA? As meias-finais seriam disputadas numa única mão, adivinhem, em casa do AC Milan e do Barcelona. Parece ridículo, mas isto aconteceu. FC Porto e Mónaco não poderiam assim defender em casa do adversário e tentar ganhar a eliminatória em casa. Teriam de atacar e abrir a defesa na casa dos adversários. Seja. Como se não bastasse, logo no inicio do Barcelona-FC Porto o árbitro viu uma falta do Jorge Costa sobre o Sergi que mais ninguém viu (uma mera carga de ombro ainda longe da grande área) e, mais, não apenas viu uma falta como viu uma falta merecedora de cartão vermelho directo. O FC Porto jogou assim praticamente todo o encontro reduzido a 10. O resto é história: o guião da UEFA cumpriu-se com o rigor com que o Manoel de Oliveira filma a sua mise-en-scéne, o FC Porto perdeu por 3-0 e, ali ao lado, em Milão, o Mónaco, depois de mais umas ajudas arbitrais a favor do AC Milan, levou chapa 4. A UEFA tinha enfim a sua “final de sonho” (10 anos mais tarde, em 2004, a UEFA voltou a fazer tudo para que Mónaco e FC Porto não jogassem a final da Champions League, com roubalheira velha nas meias-finais que as duas equipas jogaram contra o Deportivo da Corunha e, mais uma vez, o AC Milan, mas dessa vez os árbitros “caseiros” não foram suficiente e FC Porto e Mónaco tiveram a final que lhes tinha sido roubada uma década antes). É assim que actua a UEFA. O FC Porto, carrasco dos interesses económicos da mafiosa instituição em 1994, já o devia saber. Mas, ao que parece, não sabe, ou esqueceu. Ao colocar-se nas mãos da UEFA, Pinto da Costa fez o maior erro da sua vida. Platini limita-se a seguir o guião da UEFA. Pinto da Costa é que não está a seguir o guião do FC Porto. Um guião, curiosamente, que foi escrito por ele. A UEFA ainda não esqueceu a Champions League conquistada pelo FC Porto de José Mourinho, a única equipa de uma liga periférica a ganhar a prova neste novo modelo, sempre conquistada por equipas das federações que mais enchem os bolsos à UEFA: a Espanha, a Inglaterra, a Itália e a Alemanha. Pinto da Costa devia saber quem é que sempre acaba a rir.

10 comentários:

Anónimo disse...

Un arbitraje con múltiples "errores" impidió al Real Madrid del gran Alfredo di Stéfano( La Saeta Rubia, A Seta Loira)jugar la Sexta Final de la Copa de Europa consecutiva, en el año 1961...........

Anónimo disse...

Un arbitraje con múltiples "errores" impidió al Real Madrid del gran Alfredo di Stéfano( La Saeta Rubia, A Seta Loira)jugar la Sexta Final de la Copa de Europa consecutiva, en el año 1961...........

Moses E. Herzog disse...

Sí. Y no olvidar las quatro ligas del "Dream team", perdidas todas en Tenerife, con el Barcelona tirando la casa por la ventana para pagar a los jugadores del Tenerife sí ganaram al Madrid, y lo mismo se ha passado este año (pero sin los mismos resultados, pues el Madrid se ha tragado la liga, contra el Barça y los colegiados). Por algo igual, la UEFA acaba de excluir de la Champions al Steua del Bucareste, assí de sencillo.

Anónimo disse...

Nunca gostei dos catalaes......

Anónimo disse...

cuneyt çakir....fará das suas em prol dos catalaes?

Anónimo disse...

Platini Ovrebo Chelsea Barça

Anónimo disse...

perseguiçao a mourinho = grupo prisa

Anónimo disse...

mundo garcia, mayo 1974 unión especuladora de futbol asociacion

Anónimo disse...

segunda y mal exhibida tarjeta amarilla a joao pinto.......

Anónimo disse...

sergi barjuán, entrenador del recreativo de huelva;