Portugal deixou de ter 1o milhões de poetas e passou a ter 10 milhões de humoristas
Estreou o novo programa do Herman José, o Hora H, que tenho o prazer de escrever, juntamente com o meu irmão (o António Marques), o Francisco Palma, o Nuno Markl, o José de Pina e o Filipe Homem Fonseca. As reacções, era previsível, foram arrasadoras. Acho que desde o Pina Manique que tantos portugueses não se deram ao trabalho de falar mal de alguém. No blog do Markl, um energúmeno chegou a dizer que preferia cortar a planta dos pés com uma lâmina de barbear a ver o Hora H. Eu aconselhava-lhe o pescoço, mas os pés também servem. O que acontece é que o Herman José é uma espécie de Mário Soares do humor português, alguém de quem se gosta de dizer "devemos-lhe muito, coiso e tal, mas…". Naturalmente, a expectativa e desejo gerais era que um regresso do Herman José fosse como a terceira candidatura do Mário Soares à Presidência da República, com a Maria Rueff no lugar da Joana Amaral Dias. Infelizmente para esses paladinos do humor que andam por aí, nessa coisa chamada blogosfera, não foi. O Hora H é um programa perfeito? Não. É o melhor programa do Herman José? Não. Nem pode ser. Começou agora mesmo. Os críticos do Hora H fazem-me lembrar os apoiantes do "Não" no referendo ao aborto, que acreditam que um feto de meia dúzia de semanas é um ser humano completo, à semelhança, digamos, do Winston Churchill. Não é. Nem o Hora H é um programa de humor. Há-de ser. Começou agora a ser. Mas já há quem queira abortá-lo e atirá-lo para um penico. Os autores são todos uma merda, o Herman José está acabado, blá, blá, blá. Lembro o exemplo do Zinedine Zidane. Também ele estava acabado para o futebol e o Mundial 2006 apenas serviria para entronizar o Ronaldinho Gaúcho como melhor jogador do mundo. Acontece que o acabado Zidane foi, de longe, o melhor jogador do mundial e continuaria a ser, se estivesse para aí virado, apesar dos seus veneráveis 34 anos de idade, o melhor jogador do mundo. Isto irrita muita gente. Mas é assim mesmo. Quanto às plantas dos pés, espero que a lâmina de barbear estivesse enferrujada.
fevereiro 13, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
9 comentários:
È isso mesmo, dá-lhes com força! È este Herman que eu gosto, o das personagens! Acho que o Raposinho Pinto se vai tornar em mais uma imagem de marca do Herman.
Me gustaba el personaje de Herman, Tony Silva, cantor da música rro.....¡Falaba portunho muito engraçado!
Amigo Barranquense: ¿No se podría recuperar el personaje del cantor sudamericano Tony Silva para el programa la Hora H?
Pois, mas o Herman não se trata de um principiante. Por isso havia tanta expectativa em torno do seu regresso (sim, porque o HermanSic foi uma ausência). Não são aceitáveis justificações do tipo "ainda não é um prograna de humor, mas há-de ser... estamos só a aquecer". Se fosse outro qualquer, a coisa passava despercebida e o pessoal até podia pensar "Eh pá! Com tempo estes gajos chegam lá!". Como é o Herman, não passa!
Não podemos recuperar antigas personagens, porque o Hora H é suposto ser um corte radical com o passado. Mas vamos fazer o nosso melhor para criar os novos Tony Silva. Quanto ao Herman não ter margem de manobra para errar e ter de ser geniel logo à primeira, num novo projecto, lembro apenas que até o Woody Allen tem momentos menos inspirados. Acontece a todos.
Siempre es una garantía que un programa de TV cuente con un guionista admirador del gran Don Francisco de Quevedo y Villegas.......
Que na sua altura também foi atacado e obrigado a exilar-se na sua torre...
O programa é mesmo muito fraquinho. Para o bem ou para o mal, só há duas leituras possíveis neste género de manifestação artística: ou é bom ou é mau. E este, apesar de tudo, é mau. Vai ser sempre mau e vai ficar na história como um mau momento do grande Herman José.
Concordo com o comentário do Miguel.
Quanto ao resto... os defensores do "Hora H" fazem-me lembrar aquele pai a ver o pelotão a marchar, onde o filho era o único com o passo trocado.
Os outros é que estavam errados!!!
Enviar um comentário