setembro 10, 2006

Finalmente percebi as críticas entusiásticas aos filmes do Pedro Costa

Este é um dos haikus mais conhecidos de Basho Matsuo (1644-1694), um dos mais consagrados poetas japoneses:














Ou seja,

O velho tanque -
Uma rã mergulha,
barulho de água.




E esta é uma explicação, que encontrei um dia destes, para o dito poema:

A percepção sensorial (visual e auditiva) do som da rã a saltar enquadra-se numa percepção sugestiva mais ampla, a do velho tanque que poderá evocar um velho jardim, velhas árvores de outras eras, o silêncio que permite escutar o barulho da rã, o repouso que permite acompanhar o seu salto para o tanque. É um súbito elemento da natureza que inspira um ambiente, talvez de quietude, talvez de intemporalidade. É o movimento ruidoso da rã que define o imediato e efémero; é o velho tanque com suas águas que representa o eterno e intemporal. O hífen é o elemento de separação entre o que é físico e imediato e o que é mais amplo e passível de sugestões.

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