fevereiro 10, 2006


O Noé também deixou meia dúzia deles no sopé do monte Sinai

Está a chegar o Carnaval. Milhares de portugueses vão aproveitar os feriados para tirarem umas mini-férias. Mas existe sempre o mesmo drama – onde deixo o meu animal de estimação? Onde deixo o Bambi? O que faço com o Bubble? Para que caixote do lixo atiro o Kitty? Não se preocupem com isso, vou explicar-vos o que fazer. De qualquer maneira, vocês devem mas é preocupar-se com aquele memorando que viram, na fotocopiadora da vossa empresa, sobre downsizing.

- Deixe o seu cão num restaurante chinês e pode ter a certeza que ele fica bem acompanhado. Nomeadamente, por rebentos de bambu e cogumelos.

- Troquem o cão em Chelas por uma dose de qualquer droga recreativa. Um Pitt-Bull não vai fazer qualquer falta em Vilamoura, ao contrário de umas pastilhas de esctasy.

- Deixem o gato na casa de algum familiar. Não apenas resolvem o problema de onde o deixar durante as férias como, por alguns dias, não parecem gays.

- Atirem o peixinho dourado pela sanita. Desta maneira, ele vai viver aventuras fascinantes, conhecer grandes amigos, encontrar uma peixinha-vermelha por quem se apaixona, ter muitos peixinhos-vermelhos e ser feliz para sempre. Ou pelo menos é o que a Pixar anda a dizer há anos.

- Chamem ao vosso cão “Hitler” ou “Osama”. Assim não vão sentir tantos remorsos quando o deixarem morrer à fome.

- Segundo os últimos estudos, todos os pássaros descendem dos dinossauros. Por isso, não se sintam mal por abandonar o canário. De qualquer maneira, ele já devia estar extinto.

- Considerem como animal de estimação o parasita que têm no intestino. Esse, podem ter a certeza que não vos vai abandonar nos próximos tempos.

- Racionalizem a decisão de atirar o gato pela 10º andar do seu prédio, lembrando que os gatos têm 7 vidas.

- Pensem desta maneira: ao longo de todos estes anos, o que é que o gato fez por vocês, afinal de contas?!

- Sejam misericordiosos ao abandonar o vosso cão e deixem-lhe uma lata de comida. Depois, arrependam-se de nunca terem ensinado o vosso cão a mexer com um abre-latas.

- Sabem aquelas semanas em que ensinaram o vosso cão a sentar, deitar, rolar e fingir de morto. Agora ele não vai precisar de fingir.

- Por muito que tentem abandonar o cão, ele parece voltar sempre para o vosso lado. Infelizmente, isso deve-se ao facto de ele ser um cão-polícia e vocês terem engolido cinco preservativos cheios de cocaína.

- Antes de abandonarem o vosso cão, expliquem-lhe bem as razões, tendo uma longa e séria conversa com ele. E não liguem quando ele insistir convosco para assassinarem o Presidente da República.

- Depois de abandonarem o vosso cão, encontrem consolação no facto de, todos os anos, milhares de cães-guia abandonarem o seu cego, antes de irem de férias para o Algarve.

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