fevereiro 09, 2006

PEDRO TADEU GOES TO WASHINGTON


Toda a semana, em todos os jornais e demais meios de comunicação social, desde o “Expresso” ao “24 Horas”, passando pelo jornal do LIDL e a revistas de tauromaquia, dezenas de directores, comentadores e cronistas escreveram editoriais, comentários ou crónicas sobre a liberdade de expressão, lembrando que para os países ocidentais esta seria um valor supremo, tão supremo como Allah para os muçulmanos. Pessoas houve que, descontentes com o estado de coisas e cientes da First Amendment da Bill of Rights, a que decide que o senado dos EUA shall make no law respecting an establishment of religion, or prohibiting the free exercise thereof; or abridging the freedom of speech, resolveram lembrá-la nos jornais, aproveitando para tal o obituário de algum parente próximo, recentemente falecido. Nas revistas de sociedade deu-se descanso às peles da Lili Caneças para se escrever corajosas defesas da liberdade de expressão, reminiscentes do discurso final do Gary Cooper no Meet John Doe do Capra, com os jornalistas a revelar o individualismo casmurro e heróico do mesmo Gary Cooper no The Fountainhead, do King Vidor. Até a Pimpinha Jardim e a outra do lado, n’O Independente, aquela posh que apenas fala de pensos higiénicos e sexo, devem ter lembrado o Isaiah Berlin e o H. L. Mencken. Se isto continuar por muito tempo, ainda vamos ter saudades do tempo da censura e suspirar por um Patriot Act.

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