novembro 03, 2006

O futuro presidente dos EUA

Quando a popularidade do George W. Bush cai mais do que as acções da ENRON, eis que os democratas tropeçam num dilema: segundo todas as sondagens, os dois candidatos liberais com mais possibilidades de conquistarem a Casa Branca são o senador Barack Obama, do Illinois, e Hillary Clinton, senadora de Nova Iorque. Ou seja, uma mulher e um negro. Durante anos os norte-americanos discutiram a possibilidade de terem, como presidente, alguém que não fosse um homem WASP (a mera existência de presidentes católicos é considerado como algo progressivo). Agora, a ficção dos filmes de Hollywood passa para a realidade e os democratas terão de escolher entre uma mulher WASP e um negro educado em Harvard (pior que tudo, entre dois advogados). O machismo suplantará o racismo? O racismo suplantará o machismo? Não sei. O mais provável é que o Partido Republicano suplante qualquer dos candidatos, caso apresente John McCain, como deveria ter feito nas últimas eleições (a diferença de qualidade, coragem e conhecimento de política mundial entre o antigo astronauta e o antigo alcoólico é enorme, semelhante à diferença de aspecto entre a Laura Bush e a Christy Turlington). Isto porque, para ganhar a Casa Branca, é necessário conquistar o centro eleitoral. E o centro eleitoral, constituído pelo norte-americano comum, o mesmo que elegeu o Arnold Schwarzenegger na Califórnia e o Jesse “Yhe Body” Ventura no Minnesota, um ex-Mister Mundo e um ex-wrestler, não vê com bons olhos ser representado por uma mulher ou por um negro. Triste? Talvez. Mas é assim mesmo.
Ainda assim, estou em crer que os norte-americanos sempre se inclinariam mais para um voto na Hillary Clinton – uma advogada liberal de Nova Iorque, conhecida por ter colhões de aço, ao estilo Margaret Thatcher – do que um negro activista dos Direitos Civis. Por um lado, desde que a popularidade de George W. Bush se esfumou, existe uma onda de revivalismo pelo ex-presidente Bill Clinton, a quem os norte-americanos já perdoaram os fellatios da Sala Oval, olhando com saudosismo para o período de paz e prosperidade económica da era Clinton (a real influência do presidente nessa conjuntura é duvidosa, mas ninguém quer saber disso; mas é compreensível, pois entre um presidente que quase não sabe falar, como George W. Bush, e um presidente que sabia literalmente de cor o The Sound And The Fury, do Faulkner, a escolha é óbvia). Por essa razão, porque os norte-americanos se sentem em dívida para com Bill Clinton, pela maneira como foi enxovalhado pelo Kenneth Star, a eleição da mulher do antigo presidente serviria, assim, para compensar Bill Clinton. Quanto a Barack Obama, para além de se assemelhar foneticamente com Osama, é negro e é activista, o que significa que tentaria compreensivelmente reformar o welfare norte-americano e transformar o Estado, tornando mais assistencialista, algo que os norte-americano comum, férreo defensor do individualismo e da responsabilidade pessoal (em resumo, do american way of life), pouco menos que despreza. Contra Barack Obama estão ainda as estatísticas e a raça. Ao contrário do que se possa pensar, não será por causa dos brancos que Barack Obama não será eleito. Isso acontecerá – num país em que os negros representas pouco mais de 12% da população e os hispânicos quase 30% - por causa das restantes minorias. O politicamente correcto é um privilégio e um luxo das classes altas. Os WASP não se importariam assim tanto em serem governados por uma espécie de Denzel Washington, a imagem que Barack Obama transmite de si mesmo, afastando-se do estilo ressabiado de um Spike Lee. Mas os hispânicos nunca o aceitariam. Nem os judeus, essenciais na recolha de fundos no Partido Democrático. Os primeiros jogam com o número de votos, os segundos jogam com a influência política e o dinheiro. Quanto aos fly-over states, os EUA rural, essenciais para se ganhar qualquer eleição, não querem nem um negro, nem uma mulher. Querem o John McCain. Ponto. Pessoalmente, acho que estes dois nomes lançados pelos democratas não passam de manobras de diversão, enquanto não escolhem um candidato masculino, caucasiano e WASP. Estivesse John F. Kennedy Jr vivo e, acreditem, a questão do candidato estaria resolvida. Mas à falta do JJ, os democratas estão condenados a encontrarem um contra-ponto ao corajoso e moderado John McCain. E nunca se pode esquecer que, para os norte-americanos, os EUA estão em guerra contra o terrorismo. E o John McCain é militar condecorado, convém não esquecer. Porém, os democratas sabem que não podem escolher uma réplica do John McCain, outro militar. A experiência com o John Kerry foi pouco menos do que catastrófica. Postas assim as coisas, o que esperar? Dos democratas? Nada. Dos republicanos? Que finalmente tenham a coragem e o bom senso de colocarem o John McCain na Casa Branca. Qualquer outro cenário não passa do guião de uma qualquer série da NBC.

6 comentários:

Anónimo disse...

Laura Bush es una madura muy atractiva.......

Anónimo disse...

La muerte de John John Kennedy: ¿Accidente o Atentado?

Anónimo disse...

La muerte de Antonio Herrero Lima:¿Accidente o Atentado?

Anónimo disse...

Barranquense....¿Cómo el río Guadiana? El rio Guadiana aparece y desaparece.......

Moses E. Herzog disse...

Hombre, no puedo estar siempre a escribir en el blog! Cosas de trabajo, claro. Pero lo intentaré...

Anónimo disse...

Barbara Van Roon