O futuro presidente dos EUA
Quando a popularidade do George W. Bush cai mais do que as acções da ENRON, eis que os democratas tropeçam num dilema: segundo todas as sondagens, os dois candidatos liberais com mais possibilidades de conquistarem a Casa Branca são o senador Barack Obama, do Illinois, e Hillary Clinton, senadora de Nova Iorque. Ou seja, uma mulher e um negro. Durante anos os norte-americanos discutiram a possibilidade de terem, como presidente, alguém que não fosse um homem WASP (a mera existência de presidentes católicos é considerado como algo progressivo). Agora, a ficção dos filmes de Hollywood passa para a realidade e os democratas terão de escolher entre uma mulher WASP e um negro educado em Harvard (pior que tudo, entre dois advogados). O machismo suplantará o racismo? O racismo suplantará o machismo? Não sei. O mais provável é que o Partido Republicano suplante qualquer dos candidatos, caso apresente John McCain, como deveria ter feito nas últimas eleições (a diferença de qualidade, coragem e conhecimento de política mundial entre o antigo astronauta e o antigo alcoólico é enorme, semelhante à diferença de aspecto entre a Laura Bush e a Christy Turlington). Isto porque, para ganhar a Casa Branca, é necessário conquistar o centro eleitoral. E o centro eleitoral, constituído pelo norte-americano comum, o mesmo que elegeu o Arnold Schwarzenegger na Califórnia e o Jesse “Yhe Body” Ventura no Minnesota, um ex-Mister Mundo e um ex-wrestler, não vê com bons olhos ser representado por uma mulher ou por um negro. Triste? Talvez. Mas é assim mesmo.

Ainda assim, estou em crer que os norte-americanos sempre se inclinariam mais para um voto na Hillary Clinton – uma advogada liberal de Nova Iorque, conhecida por ter colhões de aço, ao estilo Margaret Thatcher – do que um negro activista dos Direitos Civis. Por um lado, desde que a popularidade de George W. Bush se esfumou, existe uma onda de revivalismo pelo ex-presidente Bill Clinton, a quem os norte-americanos já perdoaram os fellatios da Sala Oval, olhando com saudosismo para o período de paz e prosperidade económica da era Clinton (a real influência do presidente nessa conjuntura é duvidosa, mas ninguém quer saber disso; mas é compreensível, pois entre um presidente que quase não sabe falar, como George W. Bush, e um presidente que sabia literalmente de cor o
The Sound And The Fury, do Faulkner, a escolha é óbvia). Por essa razão, porque os norte-americanos se sentem em dívida para com Bill Clinton, pela maneira como foi enxovalhado pelo Kenneth Star, a eleição da mulher do antigo presidente serviria, assim, para compensar Bill Clinton. Quanto a Barack Obama, para além de se assemelhar foneticamente com Osama, é negro e é activista, o que significa que tentaria compreensivelmente reformar o welfare norte-americano e transformar o Estado, tornando mais assistencialista, algo que os norte-americano comum, férreo defensor do individualismo e da responsabilidade pessoal (em resumo, do american way of life), pouco menos que despreza. Contra Barack Obama estão ainda as estatísticas e a raça. Ao contrário do que se possa pensar, não será por causa dos brancos que Barack Obama não será eleito.

Isso acontecerá – num país em que os negros representas pouco mais de 12% da população e os hispânicos quase 30% - por causa das restantes minorias. O politicamente correcto é um privilégio e um luxo das classes altas. Os WASP não se importariam assim tanto em serem governados por uma espécie de Denzel Washington, a imagem que Barack Obama transmite de si mesmo, afastando-se do estilo ressabiado de um Spike Lee. Mas os hispânicos nunca o aceitariam. Nem os judeus, essenciais na recolha de fundos no Partido Democrático. Os primeiros jogam com o número de votos, os segundos jogam com a influência política e o dinheiro. Quanto aos fly-over states, os EUA rural, essenciais para se ganhar qualquer eleição, não querem nem um negro, nem uma mulher. Querem o John McCain. Ponto. Pessoalmente, acho que estes dois nomes lançados pelos democratas não passam de manobras de diversão, enquanto não escolhem um candidato masculino, caucasiano e WASP. Estivesse John F. Kennedy Jr vivo e, acreditem, a questão do candidato estaria resolvida. Mas à falta do JJ, os democratas estão condenados a encontrarem um contra-ponto ao corajoso e moderado John McCain. E nunca se pode esquecer que, para os norte-americanos, os EUA estão em guerra contra o terrorismo. E o John McCain é militar condecorado, convém não esquecer. Porém, os democratas sabem que não podem escolher uma réplica do John McCain, outro militar. A experiência com o John Kerry foi pouco menos do que catastrófica. Postas assim as coisas, o que esperar? Dos democratas? Nada. Dos republicanos? Que finalmente tenham a coragem e o bom senso de colocarem o John McCain na Casa Branca. Qualquer outro cenário não passa do guião de uma qualquer série da NBC.
8 comentários:
Laura Bush es una madura muy atractiva.......
La muerte de John John Kennedy: ¿Accidente o Atentado?
La muerte de Antonio Herrero Lima:¿Accidente o Atentado?
Barranquense....¿Cómo el río Guadiana? El rio Guadiana aparece y desaparece.......
Hombre, no puedo estar siempre a escribir en el blog! Cosas de trabajo, claro. Pero lo intentaré...
Barbara Van Roon
Donald Trump por cauces de olvidada sensatez
¿Blog más abandonado que el de Paloma Garcia Ovejero?
Enviar um comentário